1939-40-BARREIRENSE-ACADÉMICA
5ª.jornada do campeonato nacional da 1ª.divisão
18 de Fevereiro de 1940
Na Académica o defesa Antunes é nada mais nada menos que o futuro selecionador nacional de futebol José maria Antunes.
(Seleccionador em 1957-1960; 1962-1964; 1968-69
José Maria Antunes era já, ao tempo em que assumiu o cargo de Seleccionador Nacional, uma figura castiça do futebol português. Como jogador da Académica, e um dos primeiros vencedores da Taça de Portugal, em 1939, tornou-se famoso por jogar sempre com um lenço amarrado à cabeça. «Zé Barrote», como era conhecido pelos amigos, trouxe para a Selecção Nacional uma filosofia revolucionária de renovação: simplificar os processos de escolha e preparação dos seleccionados, substituindo os anteriores largos ciclos de observação, com os jogadores a serem obrigados a constantes viagens semanais – para na maior parte das vezes fazerem o «frete» de um treino conjunto –, por uma escolha definitiva em cima do jogo, com alguns dias de estágio, treinos diários por sectores e um treino formal, em jeito de jogo a sério, verdadeiro exame final do conjunto escolhido e do plano arquitectado. Uma tentativa, enfim, de «profissionalizar» o trabalho da selecção nacional. Com Travassos e Vasques, grandes «estrelas» da época, a ultrapassarem os 30 anos, José Maria Antunes avançou também para o lançamento de novos internacionais como Mário Torres, Rocha, José Augusto, Fernando Mendes, Acúrsio ou Vicente, por exemplo. O seu primeiro período como Seleccionador Nacional durou três anos e pode dizer-se com propriedade que José Maria Antunes foi o impulsionador da grande mudança que levou ao impacto tremendo de Portugal no mundo do futebol nos anos 60, sobretudo quando reestruturou o trabalho por si iniciado durante a sua segunda experiência no cargo. A sua terceira passagem pelo lugar de Seleccionador Nacional já não seria feliz, incapaz que foi de apurar a equipa que fora terceira classificada quatro anos antes para o Mundial do México, em 1970.